sábado, 7 de novembro de 2009

BLITZ, biografia ilustrada









































Ícone dos anos 80, banda Blitz ganha biografia ilustrada.
Livro escrito pelo jornalista Rodrigo Rodrigues sai pela editora Ediouro.




Grupo que revelou Fernanda Abreu foi pioneiro do rock nacional há duas décadas.




Eles viraram revista em quadrinhos, álbum de figurinhas e serviram de inspiração para o roteiro da cultuada série “Armação Ilimitada”.




Não só venderam um milhão de álbuns como também emplacaram jargões tirados das letras de suas músicas, como “ok, você venceu, batata frita”.



Tudo isso numa época em que nem se falava em internet. Das reuniões na praia aos shows performáticos no Circo Voador, sete amigos - Evandro Mesquita, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão (vocais), mais Ricardo Barreto (guitarra), Billy Forghieri (teclados), Antônio Pedro (baixo) e Lobão (bateria) – fizeram da Blitz um dos maiores fenômenos pop do Brasil nos anos 80 com seu new-wave bem-humorado.




A banda - que está na ativa até hoje, mas com outra formação, e até lançou um CD e um DVD ao vivo no ano passado - sua primeira biografia, "As aventuras da Blitz". Escrita pelo jornalista Rodrigo Rodrigues, apresentador do programa “Vitrine”, da TV Cultura, a obra será lançada pela Ediouro em forma de almanaque ilustrado, com fotos antigas e objetos de arquivo pessoal dos músicos, como as credenciais de quando foram à União Soviética representar o Brasil em um encontro de jovens. Além da parte visual caprichada, o livro está recheado de boas histórias e raridades, como trechos da primeira resenha sobre a banda, publicada na revista “Pipoca Moderna” e assinada por ninguém menos do que Paulo Ricardo muito antes do RPM surgir. “Foi um lance espontâneo”, diz o autor. “Tinha muita gente bacana rodando pelo Rio naquela época, e acho até que foi a última safra dos cariocas dessa espécie. A praia nos anos 80 era um local muito fértil, não era só a galera querendo mostrar os corpos esculpidos na academia, era um caldeirão cultural. O Circo Voador foi montado pela primeira vez ali, entre Copacabana e Ipanema.





A Blitz foi a banda que inaugurou o que ficou conhecido como Rock Brasil dos anos 80, e ninguém tinha contado essa história ainda.”Para o jornalista, a banda - que criou hits como "Você não soube me amar" e "A dois passos do paraíso" - é responsável por ter aberto caminho para todas as outras que vieram depois. “Tanto que, na época em que estouraram, as gravadoras procuravam uma nova Blitz, e isso detonou uma corrida em busca de grupos com aquela configuração. No final dos anos 70 o rock nacional era meio mal resolvido, não se sabia para onde ele iria, e qual seria a música dos jovens na década seguinte.



Já estava rolando uma cena com grupos tipo a Gang 90, mas a primeirona mesmo foi a Blitz.”Rodrigues conheceu os músicos há 10 anos, quando produzia um programa na faculdade de jornalismo no Rio de Janeiro. “Li uma nota dizendo que a Blitz ia fazer um show de fim de ano. Fui procurar os integrantes e fiz uma matéria sobre o assunto.



Depois o empresário me convidou para viajar com a banda para fazer um making of da turnê”, conta o biógrafo, que passou um ano inteiro em um ônibus com a Blitz. “Fomos para vários lugares. As filmagens não deram em nada, mas me aproximei do Evandro, do Billy e do Juba.”




A primeira lembrança que o autor guarda do grupo, no entanto, é muito mais antiga. “Foi o primeiro show de rock da minha vida. Eu tinha oito anos. A apresentação rolou na Praça da Apoteose em 1984.




A galera do meu prédio se reuniu e foi junto, tinha umas 20 ou 30 pessoas na turma, os mais velhos levaram a molecada”, diz Rodrigues, que morava perto da gravadora EMI, no bairro de Botafogo, e ficava esperando encontrar seus ídolos por ali.




O apelo da Blitz com o público infantil, aliás, era tanto que a banda chegou a fazer sessões duplas no Canecão, com um show para adultos e uma matinê para os menores de idade.A dimensão do grupo fica explícita em um depoimento do empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio.



Ao pensar na estréia do festival, em 1985, o nome nacional com maior destaque seria a Blitz. “Eles foram os únicos a ter um grande cenário, com um carro no palco e tudo mais”, reforça Rodrigues. O autor entrevistou também os músicos Frejat e Charles Gavin, além de produtores como Liminha e ainda Cléver Pereira, o primeiro a tocar uma música da Blitz no rádio. “Fui caçando informação onde podia”, brinca.



A praga de Lobão
Mas isso não impediu que três membros originais da banda discordassem da idéia do livro. Antônio Pedro e o casal Ricardo Barreto e Márcia Bulcão não quiseram dar entrevista. Isso porque, quando a Blitz se separou pela segunda vez, em 1997 (a primeira havia sido em 1986), o trio entrou na Justiça pelo direito do nome, mas quem ganhou foi Evandro Mesquita, que começou a carreira no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e formou o grupo com a cantora Fernanda Abreu. Já Lobão, que deixou a Blitz no auge porque o som estava ficando “comercial demais”, não guarda rancores, segundo o autor. “Ele é uma figura importantíssima. Foi Lobão quem deu o nome pra banda e era ele quem cedia o local onde os músicos ensaiavam. Ele achou que a banda estava infantilóide e rogou uma praga dizendo que a Blitz ia acabar tocando para o Papai Noel no Maracanã”, conta. Pegou: o grupo tocou mesmo para o bom velhinho em um evento naquele estádio em 1982. “No fim das contas foi bom, porque o sonho do Evandro era fazer um gol no Maracanã. Os seguranças ficaram correndo atrás dele, tinha até uns caras vestidos de urso perseguindo, mas ele conseguiu.” “O Lobão queria que a Blitz tocasse músicas dele”, continua o autor. “Aquele cargo de apenas baterista de uma banda não cabia muito. Tem até uma história de que o Evandro teria dito que se o Lobão quisesse ele poderia ser o George Harrison [guitarrista dos Beatles morto em 2001], mas ele não quis, e acabou pulando fora.” Depois que o músico deixou a banda, o teste para assumir as baquetas na Blitz era tocar o hit “Geme geme”. A levada era complicada, e teve muito baterista que emperrou. Acabou ganhando o Juba, que entrou na banda sob a condição de usar boné, porque era careca e Fernanda Abreu o achava “muito feio”.

FONTE: http://mariquinhamaricota.blogspot.com

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