Parks and Recreation é uma comédia que gira em torno do ambiente de trabalho no departamento de parques e recreação da prefeitura de Pawnee. Tem o formato de mockumentary, ou falso documentário, popular hoje em dia por séries como The Office e Modern Family, e ainda assim conseguiu ser uma das comédias mais engraçadas e eficientes da última temporada. Que tal dar uma chance a ela?
The Office e Parks and Recreation seguem uma linha de desenvolvimento tão parecida que até parece proposital. Ambas tiveram uma primeira temporada curta e irregular, e ambas se recuperaram de forma extraordinária na segunda temporada. No caso de Parks and Recreation, esse crescimento é ainda mais louvável porque conseguiu encontrar um público fiel e o apoio da crítica em uma época mais competitiva entre os canais do que na época da segunda temporada de The Office, e caso a série não tivesse sucesso novamente, com certeza seria cancelada.
O maior trunfo de Parks and Recreation foi em não mudar sua fórmula por completo, que era contestada justamente por se parecer demais com The Office, e apenas ajustar seus personagens, já que na primeira temporada o ambiente profissional era o elemento que moldava as atitudes dos personagens e dava alguma graça às situações, e convenhamos, a única chance dessa fórmula dar certo é em um projeto como 30 Rock, onde esse ambiente que dita a atmosfera da série é quase irreal, onde a maioria das situações usadas para a comédia não são “exatamente” profissionais, e por isso tudo em Parks and Recreation era tão maçante.
Como exemplo, na segunda temporada temos a oportunidade de conhecer a ex-mulher de Ron (episódio Ron and Tammy), a casa de Leslie (Leslie’s House), e nos casos mais exemplares dessa mudança da série, episódios em que as características apresentadas pelos personagens principais e secundários ao longo da temporada se colidem (Hunting Trip, aonde os personagens vão a uma estação de caça, e Telethon, onde todos ficam acordados de madrugada angariando fundos em um programa televisivo).Cada personagem tem seu momento, desde a personagem principal, Leslie (interpretada com brilhantismo pela ex-SNL Amy Poehler), passando pelo hilário Ron (Nick Offerman, uma das maiores surpresas da temporada 2009/2010), chegando aos igualmente engraçados Ann, Tom, April, Donna e Andy. E os roteiristas da série merecem aplausos por darem espaço a eles de forma satisfatória e sem criar nenhum personagem caricatural, algo que nem The Office vem conseguindo realizar ultimamente. O resultado é uma temporada cheia de momentos marcantes e episódios sólidos, de qualidade linear.
Para a terceira temporada, são esperadas as presenças de Adam Scott e Rob Lowe como personagens regulares. É um passo arriscado, já que nunca se sabe sobre a aceitação de um personagem de imediato, mas se a equipe da série já se mostrou eficiente em tirar uma série duramente criticada do buraco, não existe espaço para desconfianças e a expectativa para a próxima temporada, que começa no dia 20 de janeiro, é grande. Para quem quiser começar a assistir a série, pode começar na segunda temporada mesmo, e para quem já é fã, não percam os reviews do Série Maníacos.
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