domingo, 21 de novembro de 2010

Encontro de gerações à espera do show de Paul McCartney



Gente de todos os cantos do país aguarda a abertura dos portões no Morumbi

A poucas horas do início do show mais esperado do ano em São Paulo, a ansiedade atinge nível máximo no entorno do estádio do Morumbi. Fila gigante, horas a fio de espera pela abertura dos portões e calor intenso não são capazes de assustar quem faz de tudo para ver o ex-Beatle Paul McCartney. Todo sacrifício vale a pena. E sacrifício, em alguns casos, não é força de expressão.



Adriana Castro, 33 anos, juntou-se à multidão em volta do estádio antes das 7h deste domingo. Acordar cedo, para ela, não foi nada. Duro mesmo, como conta, foi o percurso para chegar até São Paulo. “Viajei um dia de ônibus de minha cidade até Belém do Pará. De lá, peguei um avião para São Paulo com meu irmão e um amigo. Vale a pena chegar antes e garantir um bom lugar”, disse Adriana.



A cidade de São Félix do Xingu, de onde vem esta fã de ‘Macca’, fica a cerca de mil quilômetros da capital paraense. Em Belém, ela se juntou a Patric Castro, seu irmão mais novo, de 31 anos, e ao amigo Alessandro Franco, 34. Os três começaram a juntar dinheiro para os ingressos e a viagem quando surgiram os primeiros rumores sobre a vinda do ex-Beatle ao Brasil. “Para ver o Paul, nada é sofrimento”, atesta Patric.



Encontro de gerações – A maioria absoluta perfilada para garantir um lugar na fila do gargarejo é de jovens. No início da tarde, adolescentes a partir dos 15 anos e gente até os trinta e poucos eram maioria no Morumbi. Beatlemaníaco ‘das antigas’, Nelson Joay realiza dois sonhos ao mesmo tempo na noite deste domingo: o primeiro, claro, ver Paul McCartney de perto; o segundo, ‘apresentar’ pessoalmente o ídolo aos filhos, devidamente doutrinados nas várias fases da música, dos anos 60 até os trabalhos mais recentes de ‘Macca’.


      Efetivo da polícia militar na entrada do Estádio do Morumbi


“Tenho orgulho de ter mostrado os Beatles para meus filhos. Fiz força para vir e poder participar com eles deste momento histórico”, explicava, enquanto improvisava um biombo para proteger os dois filhos adolescentes e a namorada do rapaz, à espera da abertura dos portões do Morumbi. A família veio de Curitiba especialmente para o show.



Ouvir Bealtes, cantar, compartilhar a admiração são atividades óbvias no pelotão que tenta garantir os primeiros lugares no estádio. Mas há também quem tente aproveitar o tempo de outras formas. Desde as 10h de domingo, André Sercodini, 31 anos, devora os três livros que separou para a fila de espera: ‘Elite da Tropa’, que deu origem ao filme ‘Tropa de Elite’; a Idade da Razão, de Jean-Paul Sartre; e o título de auto-ajuda ‘Mais tempo, mais dinheiro’. “Este último é o que está me fazendo pensar mais sobre o momento que vivo agora. Afinal, desde as 10h aqui, estou perdendo um bocado de tempo”, brincou.



Segurança – Apesar da multidão crescente, o trânsito, até o início da tarde, fluía sem problemas nos acessos ao Morumbi. Ao todo, 600 policiais trabalham fora do estádio, com 67 viaturas. A expectativa é de tranqüilidade, para o capitão Exequiel, da Polícia Militar, encarregado de comandar a operação nas áreas externas do evento. “Não devemos ter problemas. O público dos shows de rock são muito mais tranqüilos que os torcedores de futebol, por exemplo”, disse, otimista, o oficial.


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