terça-feira, 24 de novembro de 2009

Diretora de 'Durval discos' lança comédia pop no Festival de Brasília


Glória Pires e o Titã Paulo Miklos protagonizam 'É proibido fumar'.
Trilha sonora e referências pop centralizam trama de Anna Muylaert.



"De certa forma, o filme é uma continuação da proposta do 'Durval Discos'; poucos personagens, poucas locações, cenas de cotidiano, cenas de música e trama forte. A idéia básica que uniu tudo isso foi a idéia de obsessão: a pessoa quer muito uma coisa, mas mesmo quando consegue, nunca se sente satisfeito", afirma a diretora, de Brasília, em entrevista ao G1.



Estrelado pela veterana Glória Pires e o Titã Paulo Miklos, "É proibido fumar" mostra o encontro de uma professora de violão decadente e um músico de churrascaria que acabam se envolvendo. "A ideia de juntar a Glória com o Paulo foi justamente para criar uma eletricidade, um contraste, só possível entre um pólo positivo e um negativo, entre um gato e um cachorro. E acho que essa diferença entre eles é o grande trunfo do filme", diz a cineasta.


Trilha sonora

Para embalar a "eletricidade" entre esses dois, Muylaert deu atenção especial à trilha sonora, que mistura temas de Villa-Lobos ao samba-rock de Jorge Ben e outros artistas do universo pop. "A trilha foi pensada para ilustrar os mundos dos dois personagens, ela mais ligada à melodia e ele que entra em cena com o ritmo", diz a diretora.



Para completar as referências pop, o filme traz participações especiais da roqueira Pitty, do quadrinista Lourenço Mutarelli (de "O cheiro do ralo") e outros.



Mas o título não é somente referência à famosa canção de Roberto Carlos, já que o cigarro tem um papel central na trama, tornando-se um obstáculo na relação dos dois protagonistas. Muylaert explica: "o filme procura investigar justamente o deslocamento do desejo de um lugar para o outro, do lugar certo para o lugar errado, vamos dizer. Não seria essa a causa do vício?"



"É proibido fumar" será exibido no Festival de Brasília neste domingo (22/11/2009) e disputa o Candango de melhor filme com “O homem mau dorme bem”, de Geraldo Moraes, e os documentários “Quebradeiras”, de Evaldo Mocarzel, “A falta que me faz”, de Marília Rocha, “Filhos de João, admirável mundo novo baiano”, de Henrique Dantas, “Perdão mister fiel”, de Jorge Oliveira.



Carla Meneghini
Do G1, no Rio

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