Geralmente quando falamos em séries de TV, a grande maioria das produções assistidas são americanas, tendo uma ou outra produção nacional (cara, como amo “Os Normais”) e muito raramente uma produção de outro país. Chega a ser compreensível, já que os americanos são realmente muito bons em showbis e investem muito nessa área, além de fazerem muita coisa boa também (especialmente os canais à cabo). Mas confesso que fico feliz por ver cada vez mais que as pessoas estão conferindo séries de outros lugares. E um grande responsável por essa “desamericanização” é a popularização crescente das séries britânicas. Eu mesmo, de uns tempos pra cá, tenho assistido bastante essas produções e me apaixono cada vez mais pelo material de lá. E não pretendo parar por aqui. Confiram abaixo algumas dicas.


 

Começo falando pela última série da Terra da Rainha que eu conferi. Uma produção policial muitíssimo bem escrita e executada chamada “Luther”, produção da BBC. Adoro séries policiais que não se contentam com resoluções ralas e reviravoltas previsíveis, indo além ao explorar os personagens e mostrar toda a psicologia dos crimes. “Luther” é um ótimo exemplar. A série acompanha o personagem-título na resolução de casos “semanais” conectados por uma trama maior absolutamente brilhante. Além dos roteiros, o outro ponto alto da série são as atuações, especialmente de Idris Elba (o Stringer Bell de “The Wire”), que compõe seu John Luther como uma pessoa genial, mas que luta contra seu temperamento. A série é curtinha (como geralmente são as britânicas), com seis episódios na primeira temporada e quatro no segundo ano. Não deixem de ver!


Do policial para o sci-fi. Vem para sua 3ª temporada a série “Misfits”, do canal E4.  A produção conta a história de cinco jovens delinquentes que estão sendo obrigados a trabalhar no serviço comunitário, mas que, após receberem uma descarga elétrica durante uma tempestade extremamente incomum, adquirem super-poderes. Mas acreditem, a série não descamba para uma aventura rasa. O forte aqui é o humor ácido, misturado com sexo. muitos palavrões e o politicamente incorreto. Afinal, não é toda série que faz um especial de natal em que os personagens tentam matar Jesus. Bizarrice pura. Tem o carisma (e a qualidade) que “Heroes” nunca teve.

 

No campo da comédia, indico duas séries “aposentadas”, ambas criadas e estreladas por um de meus comediantes favoritos, Rick Gervais. Falo, obviamente, de “The Office” e “Extras”. A primeira deu origem ao remake americano (uma das minhas séries favoritas), mas que tem um humor diferente, além do charme britânico. Já “Extras”, além dos roteiros muito engraçados, diverte também pelas participações especiais. A série conta a história Andy (Gervais), que trabalha como figurante de cinema e sempre se envolve em alguma confusão com a “estrela” do filme que ele está trabalhando. Os nomes dos episódios de “Extras” são sempre o nome do convidado especial. Não deixem de acompanhar os engraçadíssimos episódios “Kate Winslet” e “Daniel Hadcliffe”, que mostra o intérprete de Harry Potter atrás de sexo o tempo todo. Hilário!


 

Agora paro para falar da série que talvez tenha sido a melhor coisa que tenha visto na TV nos últimos meses. “Sherlock”, produção da BBC, faz uma releitura atual do icônico detetive britânico. A (mini) série, com apenas três episódios em sua 1ª temporada, tem como showrunner Steven Moffat, um dos maiores nomes da TV britânica. O que mais surpreende em “Sherlock” é a inteligência do roteiro, além das brilhantes deduções do personagem-título (sempre adorei a leitura que Sherlock faz das pessoas). Outro ponto interessante na série é a relação entre Sherlock e Watson, interpretados respectivamente por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman (que fará Bilbo nos cinemas em “O Hobbit”). A série já está confirmada para uma 2ª temporada.

Para finalizar, quero falar de um dos ícones da TV britânica, a premiadíssima “Doctor Who”. A série está no ar desde 1963, passando por várias releituras até chegar no reboot atual, que teve início em 2005, marcando portanto sua 6ª temporada. Personagens cativantes, roteiros bem escritos (mais uma contribuição de Steven Moffat, aqui também showrunner), bons efeitos especiais e muito carisma fazem dessa série um sucesso. Confesso que quando vi a sinopse pela primeira vez, que conta a história de um misterioso viajante do tempo/espaço conhecido simplesmente como Doutor, fiquei com o pé atrás. Mas resolvi encarar a maratona. Tenho que dizer que valeu a pena. A série me fez rir, chorar e ficar intrigado diversas vezes. É daquelas inesquecíveis.

Ainda pretendo conferir diversas outras produções britânicas, como a dobradinha “Life On Mars”/”Ashes to Ashes” (que já comecei), “Secret Diary of a Call Girl”, “The It Crowd” e “Skins”. Alguém recomenda algo? E quais séries britânicas vocês gostam?