terça-feira, 4 de agosto de 2009

Com filmes e baladas, cinema de Robert De Niro abriga festival brasileiro






















Débora Miranda
Do G1, em Nova York - A jornalista viajou a convite da organização do evento


Esqueça os cinemas tradicionais, com poltronas individuais, silêncio e ar austero. No Tribeca Cinemas, conjunto de salas localizado em Nova York, o conceito é diferente: lá o público pode encontrar filmes e baladas. Propriedade do ator Robert De Niro e de mais dois sócios, o cinema está sediando, nesta semana, o Cine Fest Petrobras Brasil-NY, mostra que reúne curtas e longas brasileiros.

"É um festival de cinema de bom tamanho e temos um bom espaço. Podemos exibir dois filmes ao mesmo tempo e organizar festas. É simples para nós, porque eles [a organização do festival brasileiro] sabem o que estão fazendo. E nós facilitamos ainda mais o trabalho deles, sendo um espaço único que abriga tudo o que eles precisam", explica Kerry Stewart, gerente de marketing do Tribeca Cinemas.


Além das duas salas de cinema, uma com capacidade para cem pessoas e outra para 130, o cinema tem uma espécie de "lounge", com um bar, que é utilizado para festas. Há, inclusive, uma cozinha nos fundos, estrutura para quem pretende oferecer comes, além dos bebes. Como se não bastasse, há ainda um espaço cheio de computadores, utilizados em workshops de cinema, e uma galeria de arte, que abriga exposições.


"Conseguimos este espaço em novembro de 2003, fizemos algumas reformas e reabrimos em abril de 2004. Os donos querem que sejamos uma espécie de lar para os bons filmes independentes que saem em Nova York e também nos outros lugares do mundo", afirma Kerry.


Segundo a gerente, De Niro acompanha de perto tudo o que acontece no Tribeca Cinemas, e pode ser visto por lá vez outra "quando há eventos e festas". "Mas normalmente é nossa equipe que organiza tudo, inclusive o Tribeca Film Festival", afirma, referindo-se à mostra anual de filmes alternativos realizada no local.

Pedido de casamento


Além das exibições abertas ao público, o Tribeca Cinemas abriga também eventos privados, inclusive servindo de salão de festas para aniversários e pré-estreias de filmes. "Nosso espaço pode ser alugado, então, se você faz um filme e quer exibi-lo para seus amigos, você pode fazer uma sessão aqui. Já tivemos também algumas propostas de casamento", lembra Kerry, divertindo-se com o ocorrido.


"Um cara fez um curta sobre como ele e a mulher se conheceram e se apaixonaram. Ele a surpreendeu na sala de cinema e a pediu em casamento. Ela aceitou e, quando as luzes se acenderam, todos os amigos e familiares estavam na sala, usando máscaras e fantasias."



Sem legendas


Na sala de projeção do Tribeca Cinemas trabalham Ryan Garfman e Scott Riedel. No fundo do ambiente, o descanso de tela do computador remete a "Matrix", com uma série de letras verdes descendo pelo monitor. Riedel comenta sobre o Brasil e diz que São Paulo é uma cidade violenta. Cita com detalhes o caso do boxeador morto e conta que a polícia recentemente desvendou uma rede de prostituição internacional. Lembra-se de "Garapa", filme de José Padilha sobre a fome e a miséria no Nordeste.


Diz que é apaixonado por cinema, mas que não tem paciência de ler legendas. "Não assisto a tudo que passa aqui. Depende se trata de algum assunto que me interessa. Se for filme japonês de luta, pode esquecer. Não tenho paciência para ler legenda. Acho que o único filme que eu vi inteiro e li todas as legendas foi 'A vida é bela' (1997)", diz, ainda encantado pela longa de Roberto Benigni.

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