quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Fringe, a 3ª melhor série da atualidade

Camila Barbieri | Opinião, Top Maníacos 


Diretamente do lado B, tenho a honra de lhes apresentar o primeiro lugar na lista de Melhores Séries da Atualidade: 
Spoilers Abaixo:
Informações importantes sobre a lista: esse top 10 foi formado através de uma votação entre os colaboradores do Série Maníacos. Cada um escolheu três séries diferentes, que ainda estão no ar dando notas de 1 a 3. A série com a maior nota depois da somatória geral ganhou o título de “A Melhor Série da Atualidade”. Dexter e Breaking Bad fazem parte da lista de melhores séries da década, portanto fica claro que elas já estão entre as melhores séries da atualidade, na opinião dos colaboradores desse blog. Apenas séries veteranas com mais de uma temporada foram consideradas, ou seja, produções aclamadas como Game of Thrones não entraram. A lista será atualizada semanalmente até a medalha de ouro.

O lado A que se dane. Se tem uma coisa que aprendi nesses três anos assistindo Fringe é que a realidade sempre pode ser alterada, por isso, escolhi um caminho diferente. Se no lado A Fringe fica com o 3º lugar entre as Melhores Séries da atualidade, tudo bem, eu não reclamo. (Tá bom, eu reclamo, sim. Esse parágrafo todo é um imenso mimimi).

Simplesmente fiz minhas malas, levei um papo com Walter e pronto. Ele me transportou para o lado B e lá, me uni à minha cópia (a Camis de lá não é fácil, não) para um plano infalível. O resultado é que Fringe levou fácil o primeiro lugar nessa lista.

Estivesse eu de qualquer um dos lados, esse texto não deixaria de ser uma homenagem a Fringe, minha série favorita em exibição e lugar garantido no Top 10 de melhores da vida. Eu não sei o que vem por aí (4ª temporada, aí vamos nós!), mas minha fé é tanta que não acredito que possam destruir minha adoração.

O melhor de tudo é saber que não estou sozinha. O número de fãs fiéis e loucos por Fringe cresceu muito nos últimos dois anos e uma quantidade cada vez maior de brasileiros está nesse time. A audiência nos Estados Unidos continua capenga, todos sabem disso, mas hoje, não quero falar dos problemas.

Ainda lembro de quando comecei a assistir a série, só para “variar o cardápio” e para conferir mais um trabalho de J.J. Abrams. Nessa época eu ainda era inocente e acreditava que J.J. era um desses gênios da TV, mas minha perspectiva sobre ele mudou, assim como minha visão a respeito de Fringe.

Não dá para mentir. A primeira temporada parecia muito aleatória e prendia pouco com os casinhos semanais aparentemente sem ligação com a mitologia da série. Muitas vezes eu sofri para terminar um episódio, porque eu não sou uma fã de procedurals. Fringe era exatamente isso. Uma produção que seguia aquela fórmula e que me interessava pouco.

Relendo alguns textos meus sobre os episódios mais antigos, porém, notei que já no final na 1ª temporada comecei a enxergar além. Foi aí que formulei minha primeira teoria fringeana, sobre uma guerra entre dois Walters. Foi aí também que me interessei pelos Glyph Codes e que passei a procurar as referências escondidas nos episódios.

Justamente por isso, continuei firme e eu não poderia estar mais feliz com minha persistência. Para mim, a segunda temporada já foi ótima e deu início a um período de amadurecimento para Fringe. Mas não pensem que isso aconteceu ao acaso.

Observando bem a equipe de produção entre a transição das duas temporadas iniciais é possível notar que os melhores episódios estavam sob comando de Joel Wyman e Jeff Pinkner, que sempre estiveram presentes, mas dividiam o posto de roteiristas com muitas outras pessoas.

A partir do momento em que os dois tomam as rédeas de Fringe (inclusive como showrunners), a coisa muda de figura completamente. Sem essa dupla, a história de Fringe poderia ter sido muito diferente. É por causa deles que assistir Fringe se tornou uma experiência sem igual.

Começamos com o episódio, formulamos teorias, procuramos pistas, deciframos Glyph Codes, procuramos significados para as mínimas coisas e debatemos. Debatemos muito. Quantas séries de TV aberta (ou fechada) proporcionam isso ao público hoje em dia?

Para que vocês tenham ideia do quanto Fringe rende nas rodas de discussão, darei um exemplo. Erika Ribeiro e eu estamos sempre conversando sobre esses mínimos detalhes e um deles, especificamente, nos prendeu. Na Season Finale, Broyles (do futuro) comenta com Peter sobre um desastre que teria ocorrido em Detroit, sem dar maiores informações. Recentemente, descobrimos (e por descobrimos, eu quero dizer que a Erika descobriu) de onde poderia ter saído esse diálogo.




Acontece que Fringe sempre utiliza muitas referências à DC Comics e foi de lá que saiu o design que conhecemos para a Máquina do Apocalipse, que a parece na primeira parte (ep. 1- Alive / ep. 2 – Destroyer) da Series Finale de Liga da Justiça sem Limites.

 O lance de Detroit pode estar ligado à destruição da 3ª fase Liga da Justiça da América, que justamente é ambientada nessa locação. Pode ser só mais uma loucura de fãs de Fringe obcecadas demais pelo universo da série e tudo o que faz parte dele, mas achei bacana compartilhar.

Acho que nem preciso falar do quão maravilhosa foi a terceira temporada. Nenhum episódio ruim. Sabem o que é isso? Temporada perfeita, que aguçou ainda mais nossa curiosidade, nos fez rir com os momentos de maluquice de Walter, nos dividiu entre Olivia e Bolivia, nos alegrou com os apelidos de Astrid e as breves (porém, significativas) aparições de Gene e nos deixou a pergunta que ainda martela em nossas cabeças: o que aconteceu com Peter?

Nós até sabemos: ele nunca existiu. Mas é impossível não pensar dessa forma, cogitar onde ele estaria, como vai voltar (e se vai voltar), em como fica a dinâmica da série a partir da 4ª temporada.

 Aliás, vou aproveitar o espaço e já dizer que sou contra essa teoria de muitos fãs de que Peter se transformará em um Observador. Acho impossível (ok, em Fringe tudo é possível), baseada no simples fato de que existem 12 Observadores, um para cada mês do ano. Peter seria o 13º, mas não existe 13º mês (só 13º salário, e olhem lá). Isso, sem falar nas constantes piadas da própria produção com o assunto, vestindo Joshua Jackson de Observador na Comic Con. Se isso não é uma dica de que a trama de Peter está bem distante disso, não sei o que mais pode ser.




 O que eu sei é que acompanhar Fringe semanalmente virou um exercício de paciência. Não é fácil esperar pelo próximo episódio, tentar escapar de spoilers, esperar as legendas… Mas tudo isso, faz parte da tal experiência e quem for assistir à série só depois do encerramento (que não precisa vir tão cedo, viu Tia FOX?) nunca vai compreender o que é essa angústia e nunca vai poder encontrar pessoas com quem compartilhar suas ideias como nós fazemos hoje.

O mais importante para mim está no fato de que Fringe tem profundo respeito pelos fãs e até hoje, tudo o que vimos em termos de referências ou citações têm alguma utilidade prática dentro da série. Nada é por acaso ou está ali apenas para ‘encher lingüiça’. Não há nada pior do que notar que uma série subestima sua inteligência e sua capacidade perceber e conectar os fatos.

Fringe é um tipo raro de programa de TV. Mistura ficção científica, drama e humor como poucas vezes eu vi acontecer. É inteligente, emocionante e às vezes, nem todo mundo entende aquele amontoado de teorias e coisas doidas acontecendo ao mesmo tempo.

É compreensível. Fringe criou uma intrincada rede de informações, tem mitologia complexa costurada ao longo das três temporadas e quase sempre nos apresenta conceitos científicos que vão muito além das possibilidades da nossa imaginação. Pisque os olhos no momento errado do episódio e pronto, você pode perder algo fundamental.

4ª – Community
6ª – Mad Men
8ª – 30 Rock

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