Mais conhecido por protagonizar o filme “Alex Rider Contra o Tempo”, Alex Pettyfer desembarcou mais uma vez nos cinemas brasileiros com um filme de temática semelhante ao projeto que o tornou conhecido. Em “Eu Sou o Número Quatro”, o ator vive um adolescente perseguido por um inimigo mortal que já fez três vítimas. Com produção do cultuado Michael Bay (“Transformers”), o filme mistura ficção, drama, ação e romance em doses equilibradas para agradar o público adolescente e os fãs de efeitos especiais.

O responsável pelo roteiro e direção do projeto é um californiano de 46 anos cujo nome ainda pode soar desconhecido aos ouvidos da multidão, embora sua filmografia seja formada por títulos de relativo reconhecimento junto ao público, como “Roubando Vidas”, “Paranoia” e “Controle Absoluto”. D. J. Caruso é o diretor por trás de “Eu Sou o Número Quatro”.

Caruso combinou drogas, vingança, sadismo e um orçamento de US$ 18 milhões em seu primeiro filme, “A Sombra de um Homem”, de 2002. Com um elenco cujos nomes mais conhecidos eram Val Kilmer e Peter Sarsgaard, o diretor contou a história de luto de um homem que não soube aceitar a morte da esposa. O resultado surpreendeu pela qualidade e originalidade do roteiro, com momentos de tensão e surpresas bem distribuídos pela trama.

Seu projeto seguinte, de 2004, reuniu nomes de peso do cinema comercial. Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland e Gena Rowlands dividiram os holofotes e travaram diálogos interessantes em “Roubando Vidas”. A história de uma agente especial de métodos pouco ortodoxos contratada paras capturar um serial killer dividiu opiniões e, ao contrário de seu filme anterior, recebeu críticas ásperas. Aqui, Caruso parece ter perdido os parâmetros que guiaram sua direção em “A Sombra de um Homem”. Apesar de uma proposta interessante, o que se vê é um excesso de reviravoltas e situações improváveis.

Em 2005, o diretor recuperou parte de sua credibilidade com o razoável “Tudo por Dinheiro”, e o êxito deve ser atribuído parcialmente ao elenco encabeçado por Al Pacino, Matthew McConaughey e Rene Russo. Na verdade, o roteiro do filme parecia pouco trabalhado e cheio de boas intenções que não foram atingidas, e o que sustentou a qualidade do projeto foi o desempenho de seus atores.


 
Caruso nos sets de “Paranóia” com Shia LaBeouf


O intervalo de dois anos até o seu próximo lançamento, “Paranoia”, parece ter sido bem aproveitado pelo diretor, já que em seu novo filme ele resgatou qualidades que só foram bem desenvolvidas em seu primeiro longa. Shia LaBeouf protagonizou um suspense com momentos de tensão bem arquitetados e questionamentos resolvidos no último ato. O reconhecimento do filme veio em forma de lucro para a equipe envolvida em sua realização: com orçamento de US$ 20 milhões, “Paranoia” lucrou US$ 117 milhões em todo o mundo.

Ainda no embalo de seu último filme e com US$ 80 milhões em mãos, Caruso repetiu a parceria com LaBeouf e lançou, em 2008, “Controle Absoluto”, um suspense que envolveu tecnologia futurista e terrorismo. O resultado foi, mais uma vez, satisfatório para os cofres da Paramount Pictures, que arrecadou US$ 178 milhões em todo o mundo.

 
Caruso tirando fotos de Alex Pettyfer em “Eu Sou o Número Quatro”

O êxito de seus dois últimos filmes alimentou as expectativas para “Eu Sou o Número Quatro”. Embora tenha sido realizado com orçamento inferior ao último projeto de Caruso, o fato de ser baseado em um livro best seller direcionado ao público jovem, a já citada produção de Michael Bay e a distribuição feita pelos Walt Disney Studios Motion Pictures são motivos suficientes para a boa recepção do público.

Antes de colher tais frutos, Caruso já anunciou que vai realizar a adaptação de “Preacher”, HQ adulta criada por Garth Ennis e Steve Dillon e publicada pelo selo Vertigo na década de 90. Nomes como Chris Pine, Shia LaBeouf e Alex Pettyfer já são cogitados pelo diretor para os principais personagens da trama.

Se depender do entrosamento com as câmeras demonstrado pelo cineasta em seus últimos trabalhos, podemos esperar uma boa safra de filmes de suspense e ação para os próximos anos.
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Jáder Santana é crítico do CCR desde 2009 e estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Experimentou duas outras graduações antes da atual até perceber que 2 + 2 pode ser igual a 5. Agora, prefere perder seu tempo com teorias inúteis sobre a chatice do cinema 3D.