domingo, 15 de janeiro de 2012


Crítica: A Mentira



Nada como uma comédia leve e despretensiosa para começar o ano. Easy A (A Mentira) ainda não estreou aqui no Brasil, mesmo tendo recebido boas críticas e alcançado sucesso de bilheteria nos Estados Unidos. Felizmente, o filme já foi lançado em Blu-ray por lá e possui LEGENDAS EM PORTUGUÊS. Então, quem tiver interesse pode adquirir o filme neste link e não precisa ficar dependendo da boa vontade do circuito brasileiro (e seus atrasos de meses em relação aos lançamentos internacionais). Afinal, dia 16 A Mentira vai estar presente na cerimônia do Globo de Ouro e merece ser visto. 
 A trama não tem muitas surpresas, nada que nunca tenha aparecido antes em outros filmes de “High School”. Olive (Emma Stone) é uma estudante que um dia conta para sua melhor amiga que perdeu a virgindade durante um encontro com um universitário que jamais ocorreu. Infelizmente para ela, sua maior inimiga por acaso escutou a informação e espalhou para o colégio inteiro. Assim, a pobre Olive ganha a fama de vagabunda da escola e pela primeira vez passa a chamar a atenção dos outros alunos. Mas depois de sofrer várias consequências da falsa fama, Olive decide contar a verdade para todos através de uma vídeo na internet.

O filme tenta mostrar algumas situações presentes na vida dos estudantes americanos, entrando rapidamente até na discussão de homofobia e bullying. Mas a verdade é que os roteiristas e o diretor não investem muito nesta linha de roteiro, fazendo com que A Mentira vire um obra de puro entretenimento, sem nenhum discurso ou debate mais ousado. Longe de mim condenar essa decisão, principalmente quando o resultado final é tão divertido e carismático.

Nossa grande e única missão é seguir a vida de Olive e sua divertida família. A menina tem um senso de humor impagável e acaba nos conquistando logo nos primeiros minutos. A própria ‘narração em off’ da personagem, recurso que algumas vezes pode ser usado para expor a trama de forma preguiçosa, na verdade favorece o filme e volta nossa atenção completamente para a protagonista, o que, afinal de contas, é o grande objetivo do roteiro. Emma Stone, então, com muita simpatia e carisma, cria uma personagem maravilhosa que consegue sem muitas dificuldades carregar o filme nas costas.

Para não ficar só em Stone, o elenco de apoio tem rostos muito interessantes. Amanda Bynes, como a inimiga de Olive, faz boas aparições e, apesar de já parecer muito velha para uma estudante de 17 anos, consegue arrancar algumas boas risadas. A família da protagonista é ótima também, composta pelos indicados ao Oscar Stanley Tucci (Um Olhar do Paraíso) e Patricia Clarkson (Do Jeito Que Ela É). Para fechar, temos duas boas participações no corpo docente do colégio: Thomas Haden Church (Homem-Aranha 3 e Sideways) e Lisa Kudrow (a eterna Phoebe de Friends).

Depois que o filme acabou fiquei pensando: esta comédia, mesmo que simples e despretensiosa, não merecia uma indicação ao Globo de Ouro? Acharia perfeitamente digno se A Mentira estivesse no lugar de, por exemplo, Alice nos País das Maravilhas, uma indicação que foi pra lá de forçada. De qualquer maneira, fico feliz que Emma Stone tenha sido reconhecida. Desde Zumbilândia a atriz já vinha se destacando e me parece ter sido uma boa escolha para interpretar Gwen Stacy no ‘reboot’ do Homem-Aranha. Espero que seja só o início de uma grande carreira.

Filme certificado com o Prêmio Panda de Prata.

Ass. Eduardo*
*que normalmente não gosta de filmes de high school.

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