sábado, 28 de janeiro de 2012

Primeiras Impressões – Touch


Tudo está conectado.

Spoilers Abaixo:
Se você aí é um dos grandes fãs de Kiefer Sutherland e seu trabalho como Jack Bauer em 24, chegou a hora de conferir o novo trabalho do ator. Touch, que estréia oficialmente pela FOX no dia 19 de março, teve liberado seu preview, numa estratégia de lançamento parecida com a utilizada em Glee.

O objetivo, como sempre, é causar alvoroço e aguçar a curiosidade de potenciais fãs, que terão muito tempo para avisar os amigos da grande série que não podem perder. Será? Essa tática pode ser um tremendo tiro no pé.

Touch é uma série que vem com grandes pretensões. A promessa é a de que teremos uma mistura de ciência, espiritualidade e emoções, o que pode até parecer maravilhoso em teoria, mas nem sempre funciona muito bem na prática. Se eu disser que a série é criação de Tim Kring (Heroes, Crossing Jordan) a situação começa a ficar preocupante. Juntando-se a isso não um, mas dois produtores executivos (Peter Chermin e Katherine Pope) do imbróglio Terra Nova, também da FOX, já dá até vontade de se esconder embaixo da cama.
A despeito de qualquer suspeita sobre a qualidade de uma temporada inteira de Touch, algo que só poderá ser julgado mais tarde, devo dizer que o Piloto é bom e apenas bom, embora hoje em dia, um Piloto bom seja algo quase milagroso.
São 50 minutos de cenas entrecortadas que obviamente serão todas conectadas em algum momento (já que esse é o mote da série), mas o episódio peca um pouco em criar interesse nas pessoas que aparecem em todas essas sequências.

A ideia do celular que viaja por diversos lugares do mundo, ligando cada personagem é interessante e vende bem a proposta da série de que existem laços invisíveis amarrando a vida de todas as pessoas que estão destinadas a fazer parte também da nossa. É como o conceito de “mundo pequeno” em que um dia você descobre que o amigo da namorada do primo do seu vizinho estava ao seu lado numa foto tirada num grupo de viagem da sua infância e você nem sabia. Complicado, é verdade.

É por isso que o segredo para o sucesso de Touch estará nos detalhes. Se os roteiristas forem capazes de criar conexões, apresentá-las e fechá-las à perfeição essa é uma série que pode valer a pena acompanhar. Por outro lado, um mínimo esquecimento ou descuido nesse departamento pode estragar toda a experiência do espectador.

O desenvolvimento da trama poderia ter sido um pouco mais ágil, especialmente em relação aos personagens centrais Martin (Sutherland) e Jake (David Mazouz), mas o ritmo é perfeitamente compreensível quando estão tentando introduzir uma história que pretende ser realmente complexa. Nesses casos, uma base sólida de informações vai fazer toda a diferença no decorrer da temporada.

Na série, Martin é um ex-repórter, viúvo, que perdeu a esposa durante o atentado de 11 de Setembro e que dedica sua vida a cuidar do filho, Jake, um garoto de 11 anos que nunca pronunciou sequer uma palavra e parece não ter qualquer conexão com outros seres humanos, muito menos com o pai.
Jake é aficionado por números (318318318318318318318) e telefones celulares. Essa obsessão tão contundente, somada ao hábito do menino de escalar torres telefônicas, acaba mostrando para Martin que descobrir o significado dessa sequência numérica é o único modo de realmente comunicar-se com o garoto. Em sua busca por conseguir, finalmente, conectar-se com Jake, Martin acaba conhecendo Arthur Teller (Danny Glover) um especialista em “crianças com dons raros que vem dos números” (coloquei entre aspas porque esse é a descrição OFICIAL do personagem, riam à vontade).

É com Arthur que Martin percebe que Jake tem o poder de perceber cada padrão escondido no mundo e que conecta cada forma de vida existente. Logo, o trabalho de Martin passa a ser o de decifrar as mensagens de Jake e reconhecer o que elas realmente significam, juntando cada pedaço de informação para chegar a um objetivo final.

Nesse Piloto, como exemplos, vemos as mensagens de Jake evitarem a morte de crianças, que seriam queimadas dentro de um ônibus e a explosão de uma bomba num país árabe, só porque um garoto precisava de um forno para sustentar a família e acaba se envolvendo com terroristas.
O problema é que o comportamento estranho de Jake acaba colocando pai e filho sob a mira de assistentes sociais, que acreditam que o garoto ficaria mais seguro vivendo numa instituição. Clea Hopkins (Gugu Mbatha-Raw), encarregada do caso, logo nota que as necessidades de Jake vão além do entendimento de qualquer pessoa e deve embarcar nessa jornada em busca de padrões que evitam tragédias, ao lado de Martin, desenhando o destino da humanidade.

Como eu não sei nada sobre o destino da humanidade e sou péssima somando até dois mais dois, desejo apenas que as pessoas encarregadas de desvendar os padrões de Touch sejam competentes o bastante para não estragar o potencial que têm em mãos.

Tim Kring, além de ser criador da série, escreveu o roteiro desse Piloto. Além dos já citados, temos na produção executiva de Touch: Francis Lawrence (Water for Elephants), Kiefer Sutherland, Suzan Bymel (The War at Home) and Carol Barbee (Jericho) are executive producers. Lawrence dirige esse Piloto.

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