sábado, 7 de janeiro de 2012

A nova CW aprova Cult – e a estratégia de retroceder para avançar


Que a CW nunca andou muito bem das pernas em matéria de audiência não é novidade para ninguém. Que a situação não dá nenhum indício de melhora, menos ainda, o que não impede os responsáveis em conduzir esse trem desgovernado de achar alguma solução que finalmente transforme a emissora na quinta grande rede de TV americana além de lar do maior número de atores atuando abaixo de sua idade real.

Nascida da fusão entre as redes WB (Gilmore Girls, Dawson’s Creek) e UPN (America’s Next Top Model, Everybody Hates Chris) a ideia era simples na teoria: juntar o público branco de 3 milhões da primeira com o público negro de 3 milhões da segunda e no mínimo teríamos uma rede de 6 milhões de audiência (porque aparentemente na ideia dos executivos todos os programas tinham apelo para todos os públicos). Surge então a CW, uma parceria entre os estúdios da CBS e Warner juntando o que cada uma de suas redes tinha de melhor para oferecer. Era também o surgimento de Dawn Ostroff como CEO da empresa, possivelmente a chefe de uma rede a ser mais odiada na história da televisão (para quem não lembra, imagine se um novo canal surgisse de uma fusão entre NBC e Canal do Boi e Nicole Scherzinger ficasse no comando).

Com o aparecimento de Dawn Ostroff tivemos o fim de séries como Everwood e Veronica Mars, essa última dando espaço para a estreia do reality show das Pussycat Dolls, e o “esticamento” infinito de séries avulsas como Seventh Heaven. A CW nunca se provou além de uma rede medíocre em termos de audiência (e eu até diria de qualidade se eu tivesse coragem de encarar os fãs de The Vampire Diares) e, meia década depois, Dawn Astroff voltou para a tumba de onde veio.

A questão agora é que Mark Pedowitz (que é o senhor na foto acima ao lado de SMG), o novo executivo da empresa e egresso da concorrente ABC, assumiu o comando e sua primeira ideia para a temporada 2012/13 é retornar nos projetos do limbo que preenche a lacuna entre o fim das duas emissoras e o surgimento da CW. Cult é a primeira aposta de Pedowitz, e tinha sido originalmente dispensada por Ostroff seis anos atrás por ter sido considerada sombria demais. Cult é descrita como um thriller estrelado por uma assistente de produção de um programa, o Cult do título, que começa uma investigação via blog após alguns desaparecimentos potencialmente inspirados pelo programa onde trabalha.

Segundo o Vulture, a escolha de Cult como o primeiro projeto aprovado por Pedowitz teria uma justificativa simbólica de que o novo CEO realmente confia e se importa com o novo programa, agora produzido por Josh Schwartz e Stephanie Savage (Gossip Girl).

Ainda é cedo demais para avaliar se essa estratégia de voltar ao passado em busca de soluções será recompensadora, mas eu não vejo motivos para não tentar. Vale lembrar que na época em que a CW estava aparecendo a televisão americana vivia uma era de grandes séries no auge da criatividade e engajamento com o público (Lost, 24, Grey’s) então faz sentido supor que bons projetos tenham se perdido nesse meio tempo.
Agora fica a dúvida: já está na hora de liberar o Chris Pratt e a Emily Van Camp pra um comeback de Everwood?

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