quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amor Por Acaso








Uma comédia romântica comum, mas interessante.



Uma bela mulher recebe uma dívida de herança no valor de R$ 500 mil. Para piorar a situação dela, seu irmão também precisa de uma grana para poder se livrar de perseguições por conta também de dívidas. Surge uma solução para o problema: um terreno deixado pela avó no interior da Califórnia. O problema é que neste terreno mora um rapaz que também se acha dono do local e que está montando uma pousada. A briga pela posse do terreno será o principal conflito de uma história em que já se imagina como terminará.
 


 

Márcio Garcia é o diretor e principal produtor do longa. Na sua estreia na direção, ele mostra nitidamente sua influência televisiva permitindo cenas longas, exageradamente explicadas e com poucos cortes. Percebe-se também a busca pelo padrão da comédia romântica, mas com o objetivo de mesclá-la com a forma nacional de fazer o gênero. Partindo deste ponto, o efeito é interessante à medida que o lado nacional ganha destaque e vai intercalando-se com a história, ainda que não fuja tanto da forma novelesca de romance. Faltou ousadia e originalidade.



Juliana Paes é a mocinha da história. Ela interpreta a Ana, uma bela brasileira que herda um verdadeiro presente de grego e tem que agir para conseguir a grana necessária. Com um inglês um tanto forçado, ajudada pelo fraco roteiro, ela até que não deixa a desejar no papel da garota doce. Além disso, a presença dela em tal posição funciona muito bem lembrando grandes nomes consagrados nas comédias românticas, mas só lembra é claro. Do lado nacional, temos também Rodrigo Lombardi e Marcos Pasquim. O primeiro tem destaque na trama, enquanto o segundo não mostra ao que veio.



 
No elenco estrangeiro, temos o eterno Superman da série “Lois e Clark: As Novas Aventuras do Superman”, interpretado por Dean Cain. Além da química dele com Juliana que prende o espectador, algo que também contribui para o êxito da história é o próprio talento do ator que se mostra à vontade com o papel. Merecem destaque também na obra o advogado da protagonista e a empregada da pousada, ambos sendo responsáveis pelas melhores cenas cômicas do longa.



Seguindo o modelo padrão do gênero, o filme também conta com uma trilha sonora um tanto forçada e variada, com hits pops internacionais e até samba. Assim, a música entra na obra como um elo de identificação do país e de sua cultura. A beleza e a sensualidade da mulher brasileira são vistas na cena em que Ana troca de roupa e surge com um biquíni bem brasileiro e, ao fundo, um samba que serve para a caracterização ficar completa. E os excessos não param. O filme exagera no humor rápido, oportuno e sem muita graça. Exagera também nas explicações, sendo mastigado.

 

 

Marcio Garcia ainda aparece na obra para fazer um dos merchandisings mais terríveis já vistos no cinema. Algo que vale a pena ser visto de tão tosco. E que, por ser bem no desfecho, retira muito do brilho da obra. Será que ninguém viu isso a tempo?



“Amor Por Acaso” tem muitas qualidades dentre elas a química do casal principal e a mistura entre as culturas e gêneros que caiu muito bem na trama que, assim, tem o seu diferencial. Parafraseando a fala do crítico de restaurantes do filme feito por Eric Roberts, esta é uma comédia romântica exótica, familiar e bem aconchegante. Faltou apenas bom senso na direção e um pouco de ousadia.



 
Marcus Vinicius


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