sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As 5 Maiores Decepções de 2011


2011 foi um ano importante para a televisão. Das comédias aos dramas, tivemos grandes novas séries, algumas se recuperando e fazendo seus fãs apaixonarem-se novamente, produções que continuaram fracas, péssimas séries estreando e vimos aquelas que um dia foram ótimas cuspindo nas nossas expectativas e trazendo péssimas temporadas. A primeira parte do nosso especial de fim de ano apresentará as cinco séries que mais se encaixam no último quesito e se mostraram As 5 Maiores Decepções de 2011.

Spoilers leves:

5º – Torchwood

Quando soube que Torchwood seria co-produzido pelo canal americano Starz, não pude deixar de soltar um bom e velho “tem algo errado no reino da Dinamarca”.  Independente de gostarmos ou não do canal, é notável que a série possuía uma série de elementos que seriam complicados de serem colocados até mesmo na TV a cabo americana.

Como resultado, tivemos uma temporada com premissas até interessantes, mas cujo desenvolvimento foi realizado de forma preguiçosa e no piloto automático, algo que já podia ser visto na sua premiere e foi um marco de toda a temporada. E, sendo sincero, qual era a chance de uma série que começou com uma premiere escrita por Russel T. Davis morna conseguir sucesso em uma temporada que teve até o roteirista de Smallville?

A série evidentemente sabia onde queria chegar, mas como tinha que contemplar a viagem durante certo período de tempo, teve que ficar tomando caminhos que não eram os melhores, em algo que poderia ter sido desenvolvido em uma simples minissérie como foi a temporada passada.  Mas estamos na televisão, onde as temporadas têm que ter um número determinado de episódios, o que atrapalhou a qualidade da série.
O que poderia ter sido uma boa possível despedida, acabou por se tornar um exercício burocrático e vazio. Em vez de palavras carinhosas, só posso dizer uma coisa: espero que você nunca mais saia do Vácuo, Torchwood!



4º – 30 Rock

A quarta temporada de 30 Rock foi bastante irregular e a concorrência no mundo das premiações aumentou consideravelmente com a chegada de Modern Family (e Community, mas premiações não se importam com ela), o que aumentava ainda mais a responsabilidade de Tina Fey para fazer uma das melhores comédias de todos os tempos retornar a tudo aquilo que ela era em seu apogeu.

 E começou reconstruindo-se muito bem! Com episódios absurdamente engraçados como “Brooklyn Without Limits” e “Live Show” 30 Rock finalizava 2010 em alto estilo.

O que aconteceu depois? Comodismo. Durante uma sofrível sequência de episódios que ocorreu em 2011, vimos 30 Rock definhar com um texto desgastante que fazia o mínimo quando se tratava de cuidar de seus personagens, atingindo o ápice da mediocridade no centésimo episódio da série, em um exercício cansativo onde a série restringiu-se ao superficial mostrando a mudança dos personagens ao longo dos anos de forma ingênua.



3º – Damages

Ao terminar a quarta temporada de Damages, a primeira reação que tive foi “Por que ressuscitaram a série?”. The Next One’s Gonna Go In Your Throat poderia ter sido um final perfeito para uma das melhores séries da última década. Entretanto, a DirecTV resolveu salvar a série e renová-la para mais duas temporadas. Uma pena. O que os fãs da série receberam não foi o magnífico quebra-cabeças realizado durante as três primeiras temporadas, eles receberam não só a pior temporada da série como também uma das aventuras mais embaraçosas de 2011. E o pior é que se tinha a melhor premissa de toda a série.

Os personagens coadjuvantes sempre roubaram a cena em Damages. Entretanto, os novos não possuíam vigor e foram introduzidos de forma indolente, o que permitiu que o sensacional John Goodman sofresse tentando passar o mar de superficialidade que seu personagem representava.

Um dos motivos que levaram Damages ao pedestal de uma das melhores séries da atualidade foi sua narrativa não linear, que infelizmente parece ter sido deixada no cofre secreto do FX. O principal recurso da série acabou sendo olvidado e permitiu uma narrativa devagar que perdurou uma temporada completa.

Entre os vários atores que sofreram durante a temporada, Glenn Close deve ter sido a que mais tolerou mais tormento perante roteiros fracos que tentavam dar importância para reviravoltas estúpidas que fizeram com que a série corresse atrás de seu próprio rabo durante 10 longos episódios.



2º – True Blood

Procura-se o Alan Ball, que conseguia utilizar o vampirismo como um bom simbolismo para discutir sobre até que ponto é válida a vida eterna, além de discussões políticas que, se óbvias, davam um contorno maior ao seu projeto. No lugar, o substituíram por… Esse caçador de recompensas que é qualquer um, menos o Alan Ball.

Introdução de certo personagem apenas para eliminá-lo na cena seguinte é o ápice de um roteiro preguiçoso e burro, desculpem-me. Sem contar nas sub-tramas preguiçosas como Tara Tonhão, a pugilista profissional, Lafayete e suas ressuscitações de periquitas (que ironia), Sam e sua sociedade de metamorfos, ou Andy viciado em V. Até mesmo Jason, que poderia ter alguma evolução ao se tornar policial, acabou sendo sabotado por preferir transformar o personagem no pateta de costume.

Aliás, Sookie se mostra como o câncer da cidade, pois todos os seus amigos aparentam amadurecer enquanto ela está afastada, mas assim que ela retorna, eles voltam à mediocridade que sempre foram. Se True Blood na terceira temporada já havia se transformado em Twilight para ninfomaníacos, Sookie apenas confirma que é a Bella na versão HBO.

Quem se importa com isso, não é? O negócio é ver o Eric transando com a Sookie durante não sei quantos episódios consecutivos, algo que se tornou muito mais interessante que o triângulo amoroso envolvendo os dois e Bill, que resolveu ser invertido apenas como uma forma de agradar ao público.

Mas o Ball de sempre retorna nos momentos finais, mostrando que ele sabe conduzir alguns cliffhanger que conseguem animar ao público da série para a quinta temporada ao fazerem-nos pensar que tudo irá mudar. Quem quiser, que acredite nesse ilusionismo, agora eu já sai do barco definitivamente.


1º – Dexter

Dexter mudou o conceito de fundo do poço durante sua sexta temporada. Depois de uma quinta temporada complicada, vimos a série tentando-se redimir utilizando a mesma forma fórmula que sempre utilizou durante as suas cinco primeiras temporadas. O que não chegaria a ser um problema se os vilões da temporada não fossem personagens tão mal utilizados e mal construídos, que me deixaram aos prantos graças a tantas risadas após cada reviravolta estúpida que a série aplicava.

Um dos problemas de Dexter sempre foi a filosofia de boteco de seu protagonista, que aparentava deixar de ser irritante ao ser abordada de um ângulo interessante graças ao tema religioso apresentado na temporada e a introdução de Brother Sam com o contraste entre as filosofias dos personagens. Entretanto, a ausência de profundidade que a série colocou nesses quesitos permitiu apenas um exercício superficial de trazer algo diferente para um navio naufragando.

Isso sem falar na desconstrução dos personagens efetuada na temporada. Angel, de um dos membros mais carismáticos da Miami Metro, resolveu se tornar o tiozão chato de Quinn, que resolveu abandonar a paixão proibida por Dexter e virar uma tentativa frustrada de alívio cômico. E se Dexter surge no piloto automático, é a sua relação com Debra que consegue alavancar boa parte da temporada… Sendo também implodida em seu penúltimo episódio de uma forma bizarra.

Antes de finalizar, preciso antes falar do péssimo episódio “Nebraska”, o auge do fundo do poço que uma série pode alcançar. Sabe quando alguns roteiristas se encontram em uma noite de álcool e falam: “Que tal arranjarmos um jeito de retornar com os dois melhores inimigos que o personagem título teve?” e isso surge para eles como uma boa ideia em vez de tentativa desesperada para conseguir audiência? Onde estava a Tia do Café? Brian Moser merece todos os prêmios do mundo na categoria mediocridade.

Foi isso que virou Dexter, de um drama bastante eficiente para a melhor comédia da atualidade, gerada de forma não intencional.

Observação: Essa lista foi feita em parceira com Guilherme Inojosa.
Então, quais as séries que mais decepcionaram vocês no ano de 2011?

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