domingo, 18 de dezembro de 2011

A Pessoa do Ano Televisivo: 2011


Todo ano tem seu grande destaque. Seja por propor algo novo na forma de atuar, direção, roteiro, fotografia, montagem, existe alguma pessoa que pode ser dito aquele que mais influenciou determinada arte durante o ano. É esse homem, ou mulher, que iremos eleger neste exato momento. Aquele que, em 2011, conseguiu deixar a maior marca para as próximas gerações de Série Maníacos. É com todo prazer, portanto, que anunciamos o vencedor desta noite. Senhoras e senhores, chamemos ao palco ninguém mais ninguém menos do que…

LOUIS C.K.! Uma salva de palmas para o Louie!
Em um ano com tantos pontos positivos para a televisão como foi mencionado nas duas retrospectivas, por que foi feita exatamente a escolha de C.K.?

Esse foi um ano de ouro para as comédias, entre animações e live-actions, das universidades às repartições públicas, os grandes destaques anuais foram dominados por séries que nos faziam rir, conseguindo fazer o gênero evoluir das chamadas por alguns de “pílulas semanais de diversão”, ganhando mais maturidade e até mesmo no desenvolvimento dos personagens. Se nos importamos com o futuro dos membros de determinada série, é por isto ter sido feito de forma satisfatória.

Louie conseguiu realizar isto, fazendo com que personagem título fosse cada vez bem explorado, permitindo que o espectador conseguisse captar melhor a melancolia intrínseca do sujeito, ficar feliz junto a ele quando tem tempo com as filhas, tristeza ao não conseguir ter uma noite com a sua mulher-fetiche, tensão em determinado assalto, tudo isto conseguia ser passado por uma série que depende apenas de um personagem para sobreviver. E o pior, cuja aparente narrativa sem continuidade acaba tornando mais difícil tal desenvolvimento.

Fazer T-U-D-O na melhor comédia da atualidade já é um motivo mais que suficiente para que Louis C.K. seja a pessoa do ano, mas esse homem faz mais do que isso. Ele pegou os 20 minutos que lhe são cedidos semanalmente e colocou-se em um experimento, explorando limites que poucas séries têm coragem de explorar, surpreendendo e não subestimando seu espectador. Ser engraçado é um feito que muitas pessoas conseguem, mas revolucionar a televisão é algo para poucos. Como fanático por séries e apreciador da criatividade fico feliz por ter Louis C.K. com uma comédia no ar atualmente.

A estética de vanguarda, na qual cada episódio e quadro possuem um formato diferente e único, já existente na primeira temporada conseguiu ser maximizada para atingir sua máxima eficácia. De quadros em preto e branco a sitcoms, a série em nenhum momento caiu em um formato conveniente, algo que, vindo de um gênero cuja principal característica sempre foi a constância no formato, vem como mais um ponto para o nosso comediante favorito(ou pelo menos o meu, não posso falar nada por vocês).

C.K. consegue estar mais confortável do que anteriormente fazendo a versão fictícia de si mesmo. É formidável o contraste entre o comediante confortável no palco, divertido, e o pai com o semblante sempre fechado e sério. Algo que, a princípio, pode parecer o bom e velho clichê de que “palhaço deprimido”, ms ganha contornos maiores por ser uma extensão da obra dele como stand-up comedy,, em que todas essas características do sujeito podem ser notadas.

Por mais que eu diga que premiações não são importantes, e de fato não ache, foi muito curioso vê-lo surpreender e ganhar espaço na noite do Emmy por melhor ator em comédia. Mesmo tendo saído da noite com as mãos vazias, a grande questão é que até mesmo uma premiação que sempre se pautou no óbvio não deixou de reconhecer a genialidade do sujeito. Menos do que a merecida, mas reconhecida.

Ator, produtor, diretor, roteirista, é um dos poucos exemplos da história da televisão em que possamos olhar para uma série e dizer que o talento individual de um homem superou o trabalho em equipe, que apesar de importante fica sim em um segundo plano. Por todos esses motivos, é que o prêmio da noite vai para você. Pode pegar a estatueta.

Eu agradeço a todos pela possibilidade de ter apresentado esta premiação, assim como ao meu amigo André Fellipe por ter me ajudado a elaborar este discurso sobre esse grande homem. Amanhã vocês terão o grande final deste Especial, com o ilustre Mateus Borges premiando as dez melhores séries de 2011. Ansiosos? Enquanto isto podem ficar com alguns depoimentos da noite.

“É um prazer poder receber esse prêmio, mas se todos vocês forem contemplar a minha morte desse jeito eu pensarei em vender ingresso” (Louis C.K., A Pessoa do Ano).

“Foi uma disputa equilibrada, mas nem sempre os jurados acertam” (Charlie Sheen, desempregado)

“A NÃO!” (Ricky Gervais, comediante)

“Ele só ganhou porque eu não concorro a premiações estúpidas” (Ron Swanson, funcionário público)

“Chupa, Dan Harmon!” (Carol Gallardi, groppie)

“Eu quero ter um filho com o Guilherme” (Christina Hendricks, atriz)

“Eu também!” (Alison Brie, atriz)

“Eu também!” (Zooey Deschanel, atriz e cantora)

“Eu também!” (Steve Carell, ator)


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