domingo, 18 de dezembro de 2011

Retrospectiva Série Maníaca 2011,

parte 2

Depois do André Fellipe da Silva começar a retrospectiva falando sobre o início do ano de 2011, aqui estou eu para falar um pouco sobre a segunda metade do ano. Como em todo o ano, para o bem ou para o mal, a segunda metade foi aquela que definiu boa parte da qualidade do ano. No balanço, podemos dizer que tivemos uma boa quantidade de séries veteranas se saindo satisfatoriamente bem, mas as novatas não tiveram a mesma sorte.
 
Julho começou cheio de esperanças, devido a uma linda rima temática no fim do mês anterior. Game of Thrones teve o último episódio da sua primeira temporada no mesmo dia que Falling Skies lançou o seu piloto. Será que era uma forma do universo se desculpar pela despedida provisória de uma grande série e compensar com outra? Claro que não, pois Falling Skies se mostrou como uma série terrível em qualquer aspecto inimaginável: Efeitos especiais ruins, atores gélidos e trama burra.

Enquanto isto, Eric passava o rodo na Sookie durante um número de episódios que eu perdi a conta. Tara resolveu adotar o pseudônimo de Tara Tonhão, lutador de luta livre. Lafayete começa a utilizar suas habilidades de bruxaria através da necromancia de uma periquita. É, esse é o nível a que True Blood chegou!

Damages e Torchwood poderiam ser uma boa esperança de qualidade na Summer Season, mas não vingaram muito bem. Dando a leve impressão que a mudança dos canais detentores do direitos de ambas não surtiu um efeito muito bom.

Como comentado anteriormente, o diferencial deste ano foi ser o possível recomeço de uma era do ouro das comédias, o que é marcado com Louis C. K., que retorna para a televisão em sua segunda temporada, sendo a temporada de comédia mais concisa do ano, superando a já excelente terceira temporada de Parks and Recreation, sendo um marco tanto estético quanto criativo, conseguindo até mesmo o reconhecimento que Community nunca teve. O sexto episódio desta temporada é o melhor exemplo de uma cereja no bolo de um ano em que não tivemos nada a reclamar das comédias. É incrível como, dentro de um ano tão formidável para comédias, ainda existam aqueles que tentam dizer que as comédias eram melhores antigamente. Tudo é tão legal, mas todos estão tão tristes!

Por outro lado, o retorno do inimigo número 1 da América não foi dos melhores. Curb Your Enthusiasm continua muito bom, mas ficou a sensação de que a série poderia ter rendido mais no ano. De qualquer modo, é sempre bom termos o bom e velho Larry David de volta às telinhas.
Entourage retorna para a sua temporada final. Apesar de vários problemas, como o de esquecer um arco abordado no ano anterior, conseguiu ser um bom fechamento de uma série que foi o marco do modo HBO de fazer comédia, tanto em suas qualidades como em seus defeitos.

Julho termina com o retorno de Breaking Bad, que usou essa temporada para provar que é a melhor série da atualidade.  Após mais de um ano, foi mostrada a finalização do tão esperado cliffhanger em um dos melhores exemplos televisivos de como utilizar a chamada lógica do silêncio. Excelente pontapé inicial para uma temporada que será o ápice da tensão entre seus personagens, fazendo com que o espectador perdesse o fôlego a cada episódio novo.

Chegamos ao mês de Agosto.
Doctor Who retorna do seu hiatus de midseason, entregando uma sequência de ótimos episódios. Evidentemente, a temporada não pode ser comparada à quinta, o auge da perfeição narrativa vista na série, mas conseguiu funcionar muito bem, apesar de alguns problemas relacionados ao season finale, cuja resposta preguiçosa para um fato acabou por tirar boa parte do impacto dos eventos ocorridos na temporada anterior.

Em solo britânico, ocorreu o retorno do ótimo Reality Show sobre negócios Dragon’s Den. Um show que consegue formidavelmente mostrar as dificuldades de conseguir investidores para uma empresa, além de o quanto o poder de persuasão e venda de seu negócio é importante. Indicação forte a todos os que não conhecem!

Em um momento triste, tem término a temporada da série mais marcante do ano. Aquele marco em termos de estética, narrativa, montagem, filosofia, sociologia e psicologia. Claro que estamos falando de Teen Wolf!

Finalizada a Summer Season, chegou a hora de milhares de leitores, reviewers, legenders, e todos os que estejam ligados de qualquer forma possível ao mundo das séries, passarem a assistir dezenas de pilotos para procurar algo relevante em termos televisivos. Sim, estamos na Fall Season. Ou melhor, Fail Season.

Durante Setembro, a grade da ABC foi o grande motivo de trollagem na internet: Com Revenge e seu péssimo piloto, além da indefensável Charlie’s Angel. O canal acabou por se tornar uma piada em todos os blogs possíveis, o que se mostrou um tiro pela culatra, pois Suburgatory, Once Upon a Time e Pan Am fizeram o canal ter a grade mais razoável da tevê aberta.

E o que falar da NBC? Conhecida pela ótima qualidade de suas comédias, entregou estreantes que não mostraram a que vieram: Whtiney, Up All Night e Free Agents, sendo três tentativas infrutíferas de aproximar o canal do público. Mas foi nos dramas a grande decepção do canal, The Playboy Club foi um fracasso de público e crítica, por estar no meio termo entre a tevê por assinatura e aberta e concentrar o pior de ambos os lados, além de Grimm ser uma cópia descarada de Supernatural, e Prime Suspect um festival de horrores que não faz jus à obra original.

Na FOX, The X-Factor ganha versão americana e vários fãs de realities musiciais consideram que ele poderá vir para desbancar o American Idol. Logo após algumas semanas, é percebido que falta a genialidade do programa inglês, fazendo com que o reality seja apenas mais do mesmo, o que é uma pena.

E quanto à CBS? Por mais que eu nunca tenha sido fã do modo de fazer humor do canal, esse ano ela sequer conseguiu emplacar suas típicas comédias ruins e de altíssima audiência, lançando apenas comédias ruins. Nos dramas, o grande marco foi Person of Interest, uma grande decepção para os fãs de J. J. Abrams, Jon Nolan, ou o bom e velho Ben Linus.

Com a chegada de Zooey Deschanel, as comédias da Fox conseguiram um alto grau de doçura, por juntar a mulher mais fofa da face da Terra com a querida Hope, cuja memória deve tentar apagar esse péssimo Outono. Por outro lado, Terra Nova foi um irmão espiritual de Falling Skies.

E a boa e velha família CW? Com apenas três séries, o aproveitamento não foi dos melhores. Hart of Dixie foi a única que conseguiu repercussão favorável devido à sua simplicidade. Ringer se mostrou um freak show televisivo e The Secret Circle uma tentativa descarada de repetir o sucesso em cima da fórmula apresentada em The Vampire Diaries.

Ainda em Setembro, o papo agora se chama Emmy Awards.

Nas comédias, podemos dizer que tivemos uma das piores premiações já existentes. Se por um lado não foi uma surpresa ver Modern Family roubar boa parte das estatuetas, por ser uma versão em comédia televisiva do que O Discurso do Rei representava no Oscar, a série óbvia e portanto fácil de agradar aos membros de quinta idade da Academia, não tem como levar a sério uma premiação que jamais premiou  Steve Carell pelo genial Michael Scott, ou que em uma categoria que tinha Poehler e Plimpton preferiu optar pela irregular Melissa McCartney.

Nos dramas, ao menos foi mostrada coerência. Mad Men vencer foi um reflexo do que a Academia gosta de uma série: Um bom personagem, envolto por um roteiro intrigante, não precisando ser impactante do ponto de vista visual, o que resultou na vitoria dela sobre Boardwalk Empire.

Em termos de atuações, a surpresa positiva da noite foi a estatueta de Kyle Chandler, quando todos estavam esperando um confronto de beleza com os protagonistas Hamm e Buscemi. Se todos xingamos o fato de Steve Carell não ser lembrado pelo seu icônico personagem, Coach Taylor mereceu essa estatueta. Como é bom ouvir um discurso realmente improvisado, não é mesmo?

Nas minisséries, tivemos a vitória de Downton Abbey sobre Mildred Pierce, cuja segunda temporada havia estreado no mesmo dia na iTV. É incrível como as premiações americanas não entendem nada sobre séries britânicas.

Como outras duas surpresas, tivemos a vitória de Kate Winslet e Martin Scorsese por… Ah, todos já sabem do que eu estou falando, não é mesmo? Vamos virar a página.

Mais um Emmy se encerrou, e o que ele mudou em termos de debate televisivo sobre a relevância de cada série? Acertou quem respondeu “Porra nenhuma”.

Em Setembro houve ainda o retorno de Two and a Half Man. Audiência alta, digna de todo o marketing, direto e indireto, feito em toda a novela Charlie Sheen e sua substituição por Ashton Kutcher. A qualidade continua ruim, como era esperado da série. A pergunta que não quer calar é: Por que raios a CBS colocou um ator cuja principal qualidade é atrair as mulheres, se esse não é o público-alvo da série?

Estamos em Outubro, vamos falar um pouco das veteranas?

How I Met Your Mother abre sua temporada com um episódio duplo, finalizando com a aparição de certo personagem querido ao público. Logo em seguida, a série teve o melhor início de uma temporada desde a perfeita(perfeita!) segunda. É verdade, houve uma queda de qualidade em dois episódios, mais sintomático no Halloween, mas não deixa de ser natural em uma comédia possuir semanas de baixa e representar uma volta por cima da série.

The Big Bang Theory consegue fazer jus ao tipo de série de Chuck Lorre. Óbvia, chata, repetitiva, sendo a versão televisiva de filmes de Adam Sandler. Algo cuja premissa poderia gerar boa dose de humor nerd, acabou se tornando ISSO graças a um showrunner desprezível.

Mas a CBS não seria CBS sem Alicia Safadinha, não é mesmo? The Good Wife consegue fazer jus ao título de melhor drama em tevê aberta, com um início de temporada com a regularidade típica do programa. A título de curiosidade, imagine como cada personagem era usado dois anos atrás e agora, todos eles mudaram drasticamente de função de acordo com o que é pedido na trama. David Simon ficaria orgulhoso de estar fazendo escola!

Em Scranton, temos Dunder-Mifflin sob nova direção. O problema maior foi que o showrunner da série pensou na lógica básica de que ator possuía uma carreira melhor, em vez de imaginar qual personagem poderia desempenhar de forma mais satisfatória aos objetivos da série o papel de chefe. Como resultado, The Office não conseguiu se recuperar da péssima qualidade vista nos últimos anos, fazendo com que a saída de Michael Scott seja apenas um arco interessante, perto de tantas porcarias.

Enquanto isto, Parks apresenta um início irregular. Continuando a ser uma série muito interessante de ser assistida, acima da média das ótimas comédias atualmente, mas que ao mesmo tempo não entrega o ótimo desempenho visto no início do ano. Por outro lado, os melhores episódios da temporada foram justamente os últimos, sendo o antepenúltimo talvez o melhor de toda a série, o que mostra uma possível reacelerada para o início do próximo ano.

Quanto a Community,  o que dizer da série? Dan Harmon falou tanto em juntar o coração da primeira temporada com a insanidade da segunda, algo que todos achavam impossível. Como usual da série, começou a temporada devagar, fazendo com que muitos duvidassem disto. O turning point para a unanimidade veio no quarto episódio, aquele que mostrou como isto poderia ser feito, tendo um uso formidável de universos paralelos. Depois disto, a série continuou sem decepcionar, com seus documentários, episódios com cenas em anime, musicais, mas mostrando sempre o humanismo da série e explorando ao máximo a evolução de seus personagens. Que início de temporada!

Chuck começou sua última temporada. No balanço, está longe de ser aquela ótima série dos velhos tempos, mas mostrou uma evolução da temporada passada, algo obrigatório, e vem com um ritmo para não fazer feio no seu último ano de vida. Com certeza, será uma série que fará falta!

A ABC foi outro canal com um ótimo início de temporada para comédias. Não sou fã de Modern Family, mas tenho que tirar o chapéu para a qualidade mostrada nessa terceira temporada, compensando a preguiça mórbida mostrada em seu ano anterior. Não se compara com as melhores comédias do ano, mas sem dúvida tem uma qualidade que a torna especial.

Contudo, é Happy Endings que merece todos os elogios possíveis de qualquer Série Maníaco. Saindo da irregularidade da primeira temporada, que me fez duvidar das possibilidades futuras da série se optasse por algumas linhas narrativas, transformou-se na melhor série para gerar risadas durante 20 minutos de forma descompromissada. Não possui a narrativa de Community, Parks ou HIMYM, mas é necessário que nos dias de hoje todas as comédias optem por esse estilo? Happy Endings é ótima ao que se propõe.

Nos dramas, o principal destaque do canal continua sendo Castle. De uma série burocrática e cujo maior trunfo era o carisma de seu ator principal, evoluiu aos poucos até se tornar um exemplo positivo de como fazer um procedural investigativo, conseguindo gerar interesse suficiente durante o seu tempo de duração.

Na CW, o grande destaque continua sendo The Vampire Diaries, com sua trama dinâmica, introduzindo sempre Plot Twists, uma opção que normalmente soaria desespero criativo, mas incrivelmente funciona muito bem dentro do universo diegético da série. Continuando a ser, e com  razão, a galinha dos ovos de ouro do canal.

Supernatural teve um início de temporada mais coerente do que de costume, o que não é necessariamente um sinônimo de que foi bom. A série tentava aproveitar melhor seus elementos, para tornar algo interessante, mas mesmo assim dava uma sensação profunda de “Nhé”. Para algo que vinha horrível, o razoável soa como o paraíso, não é mesmo?

As outras séries (como 90210 ou Gossip Girl) mostram uma característica forte do canal: O desgaste com o tempo, parecendo que funcionam no piloto automático pela sua audiência, sem se preocupar sobre a qualidade do que está sendo mostrado. Uma pena.

Na Fox, além da já citada Raising Hope e das novatas, a principal série continua sendo Glee, que evoluiu de uma série sobre crianças excluídas formando um coral, para semi-profissionais que gravam músicas com todos os recursos técnicos que têm direito. Isso para gravações de escola!

Sem falar em Prison Break/House, típica série que caiu na mesmice de repetir a mesma fórmula, de doenças semanais e estudar até que ponto cada personagem aguenta o protagonista, a ponto de torná-la cansativa. A série já deu o que tinha que dar e, sinceramente, ficaria muito feliz caso esse fosse o último ano dela.

Na Terra da Rainha, Downton Abbey teve uma temporada com o melhor e o pior da série ao mesmo tempo. Durante boa parte do ano, foi vista uma série no auge de sua qualidade e sabendo retirar o melhor de cada personagem, chegando ao ápice no sexto episódio que é um dos grandes destaques televisivos do ano. Depois disto, a série parece ter perdido a mão, sem saber como organizar as tramas que ela mesma soltou da forma mais adequada. O resultado foi uma temporada que tinha tudo para ser a melhor, mas decepcionou.

E chegamos ao Halloween, a estação do ano mais sombria de todas!

Nas comédias, sempre existe o lado positivo de ver os seus personagens favoritos fantasiados de forma ridícula, aproveitando a característica anárquica do feriado para gerar situações hilárias. Esse é o espírito do Halloween, se encaixando perfeitamente com esses tipos de comédia.

O destaque positivo com certeza foi Happy Endings, mostrando como a fórmula simples da série, três situações envolvendo os três personagens, consegue ser aproveitada para o melhor desenvolvimento dos personagens e situações. Sendo o turning point da série de uma boa comédia para uma das melhores em exibição.

Como destaque negativo, temos How I Met Your Mother e o retorno de Slutty Pumpkin. Poderia gastar aqui linhas dizendo quão ofensivo o episódio é, mas prefiro fazê-lo por uma metáfora simples. Imagine que você demore sete anos para chegar a um McDonalds, e descubra que lá virou um Girafas. Pronto.

Nos dramas, o feriado teve grande uso para o episódio duplo de American Horror Story. Aproveitando a mitologia original do Halloween, o dia que os espíritos estão livres para andar pelo mundo, o episódio consegue aproveitar o melhor da série para criar situações de tensão e desenvolver bem a trama. Como um balanço geral, pode ser dito que, dentro de todos os defeitos, American Horror Story é uma série divertidíssima e recomendada para qualquer Série Maníaco devido ao próprio clima bizarro estabelecido.

Aproveitando a deixa, nada melhor do que falar sobre as séries na tevê por assinatura, não é? Porque é aqui que existe boa parte dos melhores dramas em exibição.

Boardwalk Empire conseguiu ser um show de irregularidade. Com alguns dos melhores momentos da série, como toda a história do Jimmy e seu conflito com o ambiente ao seu redor, combinado com algumas das tramas mais vergonha alheia do ano, mais sintomaticamente Margareth e Nelson ou os sonhos de Nucky Thompson remetendo a The Sopranos. A série continua boa? Com certeza, mas essa falta de regularidade comprometeu todo o processo de algo que poderia ser irretocável pelos bons momentos.

Hung, Bored to Death, e, principalmente, How To Make It In America foram a chance da HBO de mostrar que sabe fazer boas comédias, conseguindo ter ótimas temporadas e aproveitar o senso de humor típico do canal. Já Enlightned foi um desperdício de dinheiro, sendo uma das piores novas comédias do ano.

Indo para o irmão espiritual do canal, AMC conseguiu a melhor fórmula para cura de insônia já feita: The Walking Dead. Usando um arco de transição da HQ, que poderia ser uma ótima fórmula para uma parada temporária a fim de conhecermos os personagens, acabou caindo no erro de se alongar demais nas histórias do rancho, acabando por adotar um ritmo que não conseguia ser dos melhores.

A estreante Hell on Wheels não conseguiu funcionar como prometia. Possuindo uma trama legal, com personagens com alguma simpatia, mas acabando por derrapar devido a toda a sua prepotência de achar estar sendo uma série grandiosa. Não possuindo sequer a confiança no espectador, precisando sempre digerir fatos históricos de forma não orgânica. É uma série pipoca, para o público de série pipoca, com o objetivo de gerar renda para um canal.

A Showtime é quem merece todos os destaques da temporada, com a melhor série estreante: Homeland. Um exemplo de como seguir uma trama razoavelmente convencional, série de guerra nos moldes de 24 Horas, e abordá-la de forma adulta e não dicotômica. Usando bem o clima de conspiração, a ponto de fazer o espectador desconfiar de todos os personagens envolvidos, mas sem soar exagerado nessa fórmula, a série com a melhor primeira temporada da Fall Season.

Nas comédias, destaque absoluto para a ótima qualidade de Dexter. Debra, Quinn, Angel, Masuka, Ice Truck Killer, todos estavam alinhados da melhor forma possível para que a melhor comédia da atualidade coroando uma temporada que não conseguia fazer com que parássemos de rir, sendo mais um exemplo da tão falada por nós Nova Era do Ouro das comédias.

A FX conseguiu mostrar que Sons of Anarchy não está morta, fazendo com que todos os que xingaram a série pudessem ver uma qualidade nunca antes vista nesta. Infelizmente, nem tudo é perfeito, e Sutter mostrou justamente no último episódio que não podemos confiar muito bem nele… Mas, se compararmos com as outras temporadas, foi uma ascensão notável.

Ainda na FX, It’s Always Sunny in Philadelphia tomou uma decisão acertada, fazer o Rob McElheney ganhar não sei quantos quilos para o bem da comédia, já que a série continuou em alto nível, fazendo Chuck Lorre ter inveja dessa façanha.

A grande surpresa foi ver a Starz fazendo uma série com verdadeira qualidade. Surgindo como um híbrido entre séries de David Chase e Aaron Sorkin, é visto o mundo político de Chicago, completamente exagerado e fora de realidade, protagonizado por um Kelsen Grammer nunca antes visto na televisão. E ao falar isto, não digo sobre sua qualidade, esperamos sempre o melhor de um gênios, mas à natureza de sua composição.

E não é que em Novembro ainda temos estreias? Ricky Gervais emplaca a excelente Life’s Too Short, mockumentary sobre o anão Warwick Davis ao melhor estilo Extras. Contando com ótimas participações especiais, mais um exemplo(de vários) sobre como esse ano foi generoso para as comédias.

Quer outra notícia boa? Arrested Development vai voltar! Já está confirmada a produção da quarta temporada pelo Netflix, marcando o retorno da melhor comédia de todos os tempos. Cuidado para não se machucar, AD!

O mais sombrio de todo o mês, entretanto, veio quando a NBC revelou sua grade da Midseason. Como primeira decisão comercialmente coerente do ano, os executivos da NBC resolvem colocar Community na geladeira durante tempo indeterminado. Tinha que acertar logo agora, produção? Como lado positivo, os fãs passaram a defender a série em redes sociais, mostrando que são um nicho de mercado a serem considerados, pensando até mesmo em mandar canetas roxas para a NBC. # SaveCommunity

Finalmente estamos no Natal, uma das épocas mais legais do ano… E também uma das mais melancólicas.

Com uma dose de episódios de partir o coração, os episódios de Natal aproveitam para conferir uma dramaticidade maior, até mesmo nas comédias, que além de emocionar conseguem gerar bons cliffhangers para o ano seguinte.

Tendo em vista isso, os episódios de Parks and Recreations e How I Met Your Mother foram os que melhor conseguiram encarnar o espírito natalino, conseguindo balancear bem boas doses de humor com alguns momentos para emocionar o espectador. Como não sentir nada ao ver os sete membros do departamento dando um presente a Leslie? Ou na belíssima cena em que vemos uma Robin fragilizada nos braços de seu melhor amigo?

Enquanto isto, Community e Happy Endings entregam a episódios que, embora não tão tocantes, apresentam um aspecto mais divertido e menos melancólico, mostrando o Natal como uma forma de unir os amigos e gerar com isto situações hilárias. O que funciona como uma boa dobradinha, caso consideremos que existem muitos nomes em comum no roteiro e direção de ambas as séries.
Como um presente de Natal antecipado, recebemos o melhor Piloto do ano (ou tecnicamente será considerado piloto de 2012, já que é uma pré-estréia?), com Luck, a série tão esperada com nomes como Michael Mann e David Milch na produção. Tem forma melhor de encerrar o ano?

Claro que a melhor coisa de Dezembro é o Globo de Ouro, não é mesmo? Sinto que fui deixado no vácuo depois desse comentário. Enfim, aqui vão algumas considerações sobre a mediocridade da “premiação”:

1) Por que American Horror Story foi indicado? Desespero óbvio de indicar a série para garantir que nomes como o do showrunner ou Connie Brighton apareçam na premiação.

2) Homeland, Boardwalk Empire, Game of Thrones e Boss são com certeza ótimas séries, não tenho nenhuma crítica a qualquer uma deles, mas… CADÊ BREAKING BAD? A melhor série do ano foi praticamente esquecida da premiação?

3) Melhor ator em drama… É Cranston, Grammer e mais três. Simples assim.

4) Madeleine Stowe por Revenge e Mireille Enos por The Killing? Releia o que eu comentei no (1)

5) Marguilies ganhando me deixará muito feliz, mas torcerei pela intensidade da minha musa de adolescência Claire Danes.

6) Eu já me conformei que Community não será lembrado em premiações, tudo bem, mas podem ao menos lembrar de Parks and Recreation? Por favor?

7) Não tem como melhor ator de comédia não dar Alec Baldwin, se isso acontecer eu vou desligar a tevê e ir dormir. Nem a avó do Galecki iria indicar ele a um prêmio, o que deu na cabeça das premiações esse ano?

8 ) Cadê Louis C.K., produção?

9) Melhor atriz em comédia foi um dos mais coerentes. Claro que tem Deschanel aqui e Dern alí, mas… Releia o que eu disse em (1).

10) Se bem que o caso de Dern pode ser pela qualidade crescente que os que assistem a série atingiu, mas acho que o fato de ter a estrela dela também pesou.

11) Torço desesperadamente por Amy Poehler, mas acho que dará Tina Fey.

12) O Anão é foda, mas a concorrência está pesada na categoria(e juro que não é um trocadilho com o Stoneheart).

13) Se a premiação fosse justa, não teria como Atriz Coadjuvante não dar Maggie Smith. Por mais que eu tenha problemas com alguns pontos da temporada de Downton Abbey, não tem como negá-la como a melhor coisa da série.

14) Se alguém da  dupla de Modern Family ganhar, eu mato alguém. Até gosto do Stoneheart, mas ele empalidece diante da concorrência.

15) The Hour e Downton Abbey não são minisséries, esse critério utilizado de dez episódios, independente do número de temporadas que a série terá, é muito estranho.

16) Não tenho nada que reclamar de Ator em Minissérie ou Telefilme, mas ainda não vi Too big Fail e Page Eight… Estou começando a desconfiar que tem algo de errado nelas.

17) Elizabeth McGovern foi lembrada por uma atuação no piloto automático e Michele Dockery com seus olhos profundos não? Os velhinhos não assistem Downton Abbey pelo visto…

18) Não sei qual o prêmio mais inesperado da noite, Kate Winslet ou Modern Family

Resumindo: O que o Globo de Ouro acrescenta para a temporada de premiações? Acertou quem disse “Nada”, é apenas um monte de velhinho excêntrico querendo aparecer. Mas desde quando podemos levar a sério uma premiação que os mesmos votantes estabeleçam os indicados para cinema e televisão?

E eu que estava pensando que a vergonha de Dezembro seria Dexter e o carinha de Suits concorrendo pelo SAG…

Finalmente 2011 chega ao fim, sendo um ano muito bom principalmente para as comédias. Algo que surge naturalmente, pois na ausência de investimentos, acaba sendo uma válvula de escape natural a migração para este gênero, com menores gastos e maior probabilidade de atingir o público.

No geral, o balanço é de um ótimo ano para as séries veteranas, mas que ao mesmo tempo teve muita dificuldade em entregar novas séries de qualidade, sendo Homeland ou Boss exceções que comprovam a regra.

Encerramos aqui, portanto espero que daqui para o fim do ano não seja anunciado que o Buscemi foi visto transando com a Zooey Deschanel nem nenhuma notícia impactante que mereça ser colocada aqui.

Quer informações mais detalhadas? Quer mesmo? Existe um site muito bom chamado Série Maníacos que tem reviews detalhadas de praticamente todas as séries comentadas aqui, com um pouco de paciência você conseguirá uma cobertura bem mais completa do ano.

Amanhã continuaremos com o especial de fim de ano, desta vez elegendo a Pessoa do Ano na televisão.

See yah!

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